Há 50 anos o sistema de tração Quattro da Audi inaugurou uma longa e célebre trajetória no mundo automotivo. Hoje, vamos conhecer um pouco da história e dos mecanismos que marcaram as gerações de veículos com a marca Quattro. 

Funcionamento da tração 

O sistema de tração Quattro carrega esse nome por conta de seu mecanismo que distribui a potência do motor nas quatro rodas. Esse conceito de tração integral permanente faz com que o veículo não patine nem em terrenos difíceis, como na neve ou lama. 

O engenhoso sistema faz com que a força motriz seja canalizada para outro eixo quando um deles perde a aderência ao solo. Desse modo, a potência do motor é distribuída de maneira automática e progressiva através do diferencial central autoblocante.

A distribuição da força de tração no sistema Quattro é de 40:60. Ou seja, 40% vai para as rodas dianteiras e 60% para as rodas traseiras. Porém, é possível ainda adaptar a distribuição caso seja necessário, 70% da força pode ser direcionada para as rodas dianteiras e 85% para as traseiras.

Segundo a montadora: “a tração Quattro oferece uma maior sensibilidade e capacidade de resposta, a par com uma segurança acrescida. O diferencial desportivo transmite a sensação de que se conduz sobre trilhos.”

Para saber mais sobre a tração 4×4 clique aqui e leia nosso texto dedicado a esse arranjo mecânico: http://portal.octanemotors.com.br/como-usar-a-tracao-4×4-corretamente/ 

 

 

Sistema de tração integral nas quatro rodas em protótipo da Audi. (IMAGEM: Audi)

História dos veículos Quattro

Para conhecer a história do sistema de tração Quattro da Audi, primeiro, devemos explorar uma outra montadora alemã. A trajetória desse modelo complexo começa na Volkswagen, durante um rigoroso inverno finlandês em 1970. 

Neste ano, Jorg Bensinger, um engenheiro de suspensão da Volkswagen notou que a tração integral seria de grande ajuda para veículos que pretendiam circular por terrenos mais difíceis. Na época, Bensinger trabalhava no projeto do VW Iltis, um jipe desenvolvido para uso dos militares alemães, que tinha como função encarar pisos com neve e lama.

Para entender a ligação dessas duas marcas de renome, é importante saber que desde 1964 a Audi pertence ao grupo Volkswagen. No entanto, para que não haja concorrência interna, a Audi nomeia apenas carros de luxo, enquanto a VW é responsável pelos veículos mais populares. 

É interessante notar, também, que a marca Audi tem duas ramificações importantes para o mercado de automóveis de alto padrão, as montadora italianas Lamborghini e Ducati. 

Por conta dessa fusão entre as duas empresas, ambas as montadoras têm participação no desenvolvimento desse mecanismo. Com o sucesso do jipe VW Iltis em terrenos instáveis, o engenheiro da Volkswagen ficou entusiasmado para aplicar esse sistema em carros de uso civil. Assim, no fim da década de 1970 Bensinger levou seu projeto até o diretor do departamento técnico da Audi, Ferdinand Piech.

Este, por sua vez, levou a ideia adiante. O primeiro veículo de passeio da empresa a testar a tração em todas as rodas foi o Audi 80. Para marcar o uso desse mecanismo, o veículo de teste também ganhou a nomenclatura A1, abreviatura de  “Allrad”, que em português significa todas as rodas. 

Esse modelo pioneiro foi sendo construído com peças das duas empresas. Além dos equipamentos do próprio Audi 80, ele contava com a carroceria da versão coupé, suspensão e transmissão do Audi 100 e motor turbo de 5 cilindros.

 

Audi 80 Quattro (IMAGEM: PicAutos)

Curiosidades sobre o desenvolvimento

O uso do sistema de tração Quattro foi oficializado na produção da montadora em 1977, após testes feitos na região montanhosa de Turracher Höhe, na Áustria. O local é conhecido por suas vias inclinadas e de difícil acesso, o que foi perfeito para desenvolver a tração resistente e eficaz.

Porém, o teste que realmente provou a potência do sistema foi protagonizado pelo próprio Piech. Para provar que seu projeto era um negócio de sucesso para a empresa, ele convidou um dos executivos da VW para dirigir um modelo sem tração integral em uma subida íngreme com grama molhada. Enquanto isso, Piech dirigia um veículo Quattro.

O engenheiro chegou ao topo, mas o executivo não saiu do lugar. Desse modo, foi provado que investir nos veículos com a nova tecnologia de tração era um ótimo negócio para a Volkswagen e para a Audi. 

No entanto, as curiosidades do desenvolvimento desse sistema não param por aí. Ainda no período de teste, Ernst Fiala, diretor de desenvolvimento da VW emprestou o veículo para sua esposa. Ao circular com o protótipo ela notou que o comportamento do carro não tinha dinamicidade adequada. Isso fez com que Ernst pedisse melhorias aos seus engenheiros, o que originou a instalação de um diferencial central no automóvel. 

O sistema Quattro até hoje tem grande influência no desenvolvimento de automóveis, um dos motivos é por conta de seu tamanho compacto. O mecanismo longitudinal com diferencial central cabe dentro da caixa de câmbio, enquanto o eixo do cardã do câmbio é uma extensão do virabrequim. 

Ele funciona da seguinte maneira: O eixo principal conduz a um segundo eixo secundário que move o diferencial. E, ainda, há um terceiro eixo rígido que está por dentro do segundo eixo secundário, transmitindo potência para o eixo frontal. Essa combinação foi surpreendente e revolucionou o mercado. 

Logo do sistema de tração Quattro. (IMAGEM: Octane Motors)

A fúria do sistema de tração Quattro nos ralis 

O primeiro modelo com sistema de tração Quattro foi exposto ao público em 1980, nos Salões do Automóvel na Europa. Esse veículo de exposição contava com motor de 10 válvulas com 2.1 litros, turbocompressor e intercooler. Sua potência máxima era de 197 cv e torque máximo de 28 mkgf. Fazia 0 a 100 km/h em cerca de 7 segundos. 

Após o sucesso nas exposições, a Audi resolveu investir nesse mecanismo aplicado em veículos de corrida. O primeiro campeonato que a empresa marcou presença  foi no Mundial de Rali em 1981 e até então não havia nenhum outro veículo com tração nas quatro rodas. Por esse motivo, os carros da Audi tiveram uma brilhante participação no torneio e chamaram muita atenção. 

Com o passar do tempo as empresas concorrentes começaram a usar modelos de tração semelhantes, o que obrigou a Audi a aperfeiçoar seus mecanismos. Desse modo, originou-se o Sport Quattro S1, um sistema ainda mais potente que o anterior. 

O Sport Quattro S1 foi tão mordaz que até pilotos experientes nos ralis confessaram sentir medo ao pilotar essa máquina. Os veículos eram adaptados para vencer e contavam apenas com o necessário para isso. Tinham cortes no chassi para obter entre-eixos mais curto, carroceria em kevlar e fibra de carbono, motor com bloco de alumínio com 500 cv e pesavam cerca de 1000 kg. 

Assim, os modelos Quattro foram grande sucesso nas pistas de corrida, levando o primeiro lugar 7 vezes. Grandes pilotos fizeram nome dentro de um carro da Audi nos ralis, como é o caso de Michele Mouton, a primeira mulher que venceu um mundial de ralis. Outros pilotos importantes foram Stig Blomqvist, Hannu Mikkola e Walter Röhrl. 

Neste vídeo você pode conferir o desempenho do Audi Quattro em ação: 

O sistema Quattro na Octane Motors 

O sucesso nas pistas de rali ficou para trás, porém, a Audi continua investindo em tecnologia aplicada à tração Quattro. Desse modo, os veículos que levam essa nomenclatura tem grande diferencial, mesmo no asfalto. 

Em 2017 a Audi divulgou que já havia vendido 8 milhões de carros equipados com esse mecanismo. Sendo que 44% de todos os veículos fabricados pela montadora alemã levam a tração Quattro. 

Em nosso estoque você encontra o modelo A6 3.0 TFSI V6 QUATTRO S TRONIC 4P que além do engenhoso sistema de tração ainda conta com 340 cv de potência,  torque 51 kgfm, volume porta-mala de 530 litros, rodas aro 20″, pacote S-Line, sistema de som Bang & Olufsen, câmera 3d 360,  virtual cockpit e piloto adaptativo.

(IMAGEM: Octane Motors)

Temos, também, um modelo RS7 SPORTBACK 4.0 TFSI QUATTRO TIPTRONIC que por sua vez apresenta 560 cv de potência, torque 71,4kgfm, volume porta-mala de 535 litros. Faz 0 a 100 em 3,9s, sua velocidade máxima é de de 305 km/h, leva kit carbono interno, freios de cerâmica, TV digital, câmera de ré, aerofólio retrátil, faróis full led, navegação 3d, hud, start & stop e visão noturna.

(IMAGEM: Octane Motors)

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