Dodge Viper: a história da víbora
Carregar o peso de ser conhecido como “A Víbora” não é para qualquer um. Hoje, vamos conhecer a história da Dodge e como a empresa desenvolveu um dos veículos mais icônicos das últimas décadas, o Dodge Viper.
Para se auto descrever, a Dodge utiliza três palavras, “ potência, luxo e confiabilidade”. Um trinômio de peso, que faz referência a história marcante da montadora norte-americana. Vamos conhecer a trajetória que antecedeu a fabricação do Viper e, depois, quais as peculiaridades e detalhes deste veículo lendário.
História da Dodge
O início
1895 é o ponto de partida dessa história. Neste ano, os irmãos John Francis Dodge e Horace Elgin Dodge lançaram sua primeira peça desenvolvida para meio de transporte. No entanto, ainda estava longe de ser um motor automotivo, essa peça pioneira é, na verdade, um dispositivo para bicicletas.
A partir daí, os irmãos deslancharam na carreira de mecanicos e desenvolvedores de peças, principalmente de elementos de precisão para motores e componentes de chassi. Por conta da qualidade dos produtos, os irmãos Dodge acumulavam diversos clientes no começo do século passado. Vendiam essas peças individuais para grandes fabricantes de veículos no estado de Michigan, que naquela época reunia empresas em ascensão no ramo automobilístico.
Foi apenas em 1914 que a família Dodge finalmente lançou seu próprio veículo, sendo um sucesso desde o início. O lançamento do Model 30 foi em novembro de 1914 e recebeu cerca de 22 mil pedidos de concessão de vendas. O interesse pelo veículo era proporcional às suas inovações, que encantavam os empresários do setor.
Entre essas inovações encontravam-se: o sistema elétrico de 12 Volts, o fim do uso da madeira na construção da carroceria e estrutura dando lugar ao uso integral de aço, além do sistema de transmissão com engrenagens deslizantes. Por conta dessas tecnologias, foi o segundo carro mais vendido dos Estados Unidos em apenas dois anos.
A batalha com a Ford
O Model 30 foi lançado com o intuito de bater de frente com os veículos produzidos pela então novata, Ford. Em específico, a Dodge desejava competir com o célebre Ford T, para isso, apostou em um motor de 4 cilindros e 35 cv de potência. Sendo 15 cavalos mais rápido que o concorrente e causando revolução na indústria de automóveis.
Essa briga entre o Ford T e o Model 30, foi crucial na história da recém inaugurada Dodge Brothers. Na época, os irmão eram donos de parte das ações da Ford. No entanto, o fundador da marca, Henry Ford, não gostou do lançamento dos irmãos, que estava ameaçando os seus negócios e com isso parou de pagar a parte dos lucros para Horace e John.
Em virtude dessa briga, os irmão processaram a Ford, com o intuito de receber a parte a que tinham direito, cerca de US$ 1 milhão. Porém, ao invés de pagar, Henry Ford comprou a parte dos irmãos pelo valor equivalente a 25 milhões de reais, tirando do jogo a participação dos Dodges em sua empresa.
Transações milionárias
A consolidação da marca no mercado de veículo norte-americanos foi pouco aproveitada por seus fundadores, que viriam falecer apenas 6 anos depois de seu primeiro carro. Ambos morreram em 1920, com a diferença de 5 meses entre eles. A marca, então, ficou a cargo de suas esposas, que a venderam na maior transação em dinheiro conhecida da época: US$ 126 milhões.
Quem comprou a Dodge foi a empresa Dillon, Read & Co, um grupo de investimentos. Todavia, durante o período em que a fabricante de veículos ficou sob domínio da empresa, sofreu declínio das vendas e de potencial, caindo do segundo para o sétimo lugar entre as montadoras dos Estados Unidos. Após esses momentos ruins, a Dillon, Read & Co vendeu a Dodge para a Chrysler.
Com a Chrysler no comando, a Dodge sofreu diversas mudanças. Entre elas uma leve aplicação do design “Wind Stream”, que priorizava formas mais curvas e linhas fluidas. Porém, essa característica mais suave durou pouco, pois em 1942, com os ataques dos japoneses na base Pearl Harbor, os EUA ingressaram na Segunda Guerra Mundial. Com isso a Dodge foi convocada a fabricar veículos de guerra.
Para a marca, isso fez com que os norte-americanos a admirasse cada vez mais, e pedissem novamente por carros robustos e de qualidade.
Dodge La Femme
Mais tarde, no entanto, a fabricante inova mais uma vez de maneira inesperada. Lança o que viria a ser o primeiro carro destinado às mulheres. A produção do La Femme foi apenas de um ano, entre 1955 e 1956, mas causou um alvoroço no mercado.
O Dodge La Femme contava com peças inusitadas para um veículo, com o intuito de agradar o público-alvo. Tinha estojo de pó compacto, porta batom, porta cigarro, necessaire, capa de chuva, chapéu, guarda-chuva e estofamento exclusivo, tudo em tons de cor de rosa e orquídea. Mas também contava com diferenciais que realmente importavam, como as novidades do mercado: direção hidráulica e câmbio automático.
Conheça mais sobre o La Femme neste vídeo:
Dodge Viper
Agora que você conhece a história da montadora, vamos entrar nas particularidades do veículo mais amado da Dodge. O Dodge Viper estreou no mercado com um motor V10 de 406cv (400 hp) a 4.600 rpm, sendo fabricado inicialmente em Nova Mack e, posteriormente, em sua atual casa, na Fábrica da Conner Avenue, nos EUA.
A ideia desse superesportivo nasceu em 1988 e ele foi produzido até 2017. Todas as gerações do Dodge Viper são marcadas pelo estilo de carroceria coupé, a potência agressiva e o design esportivo de luxo. Além de adquirir, com o tempo, cores marcantes e linhas paralelas características da pintura, dando um tom radical.
Inspiração
Os idealizadores do Viper desejavam fabricar um veículo inspirado no AC Cobra, um carro britânico que era referência entre os esportivos da época. O designer do Cobra foi Carroll Shelby, personalidade importante no desenvolvimento do mercado automobilístico. Ele também fez parte da equipe de criação do Dodge Viper e, por conta disso, ambos os carros têm características parecidas.
No entanto, a participação de Shelby foi pequena perto do verdadeiro responsável pelo design e desempenho do Viper. O homem que desenvolveu o veículo foi Bob Lutz, também já reconhecido pelo seu trabalho na General Motors, na BMW e na Ford.
A primeira aparição do Dodge Viper foi no evento North American International Auto Show em 1989, o protótipo apresentado chamava-se Copperhead. O projeto do Dodge Viper reunia características dos esportivos antigos, mas construído com tecnologia moderna e de ponta. Por isso, o veículo contava com gerenciamento eletrônico no lugar dos carburadores, além de ser totalmente descartada qualquer uma dessas ferramentas: turbos, tração integral, câmbio automático, controles eletrônicos de estabilidade, e freios ABS.
O primeiro Dodge Viper a ganhar forma contava com um deck plano na traseira, que era arrebitada e estreita, enquanto a dianteira era arredondada, em peça única. O santoantonio e a cor vermelha foram adicionados posteriormente, porque a princípio o Viper era branco.
Aprovado em meia hora
Uma curiosidade interessante sobre o Dodge Viper é que o carro foi aprovado pelo presidente da Chrysler em apenas meia hora. Bastou 30 minutos para Bob Lutz convencer Lee Iacocca de que aquele veículo seria um sucesso. Para isso, Lutz levou Iacocca para dar uma volta na cidade a bordo do protótipo.
Motor da Lamborghini
É de conhecimento geral que o motor do Viper veio das picapes. No entanto, diferente do que se imagina, não foi dos modelos Ram da Chrysler. Na época do desenvolvimento do Dodge Viper, a Chrysler também era proprietária da Lamborghini e convocou seus funcionários italianos para trabalhar na adequação e fundição dos motores V10 das picapes.
Assim, o trabalho exigiu que refinassem as galerias de arrefecimento na parte superior do bloco e nos cabeçote, para deixar o motor mais leve e adequado ao Dodge Viper.
Duas vezes o carro mais rápido em Nürburgring
Entre as premiações do veículo, o Dodge Viper pode se orgulhar de ser duplamente recordista na pista de Nürburgring. O famoso autódromo recebeu duas versões do Viper: em 2008 quando ele registou um tempo de 7:22 e bateu o recorde de veículo mais rápido produzido em série. E, em 2011, quando baixou o tempo para 7:12,13 e quebrou o recorde mais uma vez.
O fim da produção
A Dodge já encerrou a produção dos modelos Viper por duas vezes, sendo a última definitiva.
Em 2010, a Chrysler havia sido comprada pela Fiat, quando anunciou a primeira pausa da fabricação dos superesportivos. Para encerrar com chave de ouro, fabricou um icônico modelo dourado com faixas em laranja. Neste ano de encerramento foram vendidos os últimos 50 exemplares, os chamados SRT10 “Final Edition”.
Por fim, o encerramento definitivo do Dodge Viper foi junto ao fechamento da fábrica em 31 de agosto de 2017. O último modelo produzido contava com características tão impressionantes quanto aquelas que deram fama à Víbora. Tinha motor V10 de 8.4 litros, com cerca de 654 cavalos de potência e 82,95 kgfm de torque. Sendo considerado o maior para um esportivo com motor aspirado.
Dodge Viper SRT 10 na Octane Motors
Fora de série há alguns anos, o Viper já é considerado relíquia. Encontrar modelos que carregam a história desse modelo, portanto, não é tarefa fácil.
Aqui na Octane Motors você encontra um Viper com 640 cv, torque de 80,9 kgfm, com impressionante capacidade de 0 a 100 em apenas 3,2s e demais detalhes únicos de um legítimo Dodge.
Ele ainda conta com painéis corta-fogo de magnésio, braços de reforço em alumínio e estrutura 50% mais rígida em torção. Além disso, apresenta chassis tubular parafusado à carroceria de fibra de carbono.
Para conhecer mais detalhes deste veículo entre em contato com a nossa equipe de vendas através dos telefones: (14) 2108-8888 | (14) 98210-8088 | (14) 98230-8088.
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